Eu estava no edifício da loja do cidadão uns dias atrás na cidade do porto.
Esperar e ter paciência sempre foi uma capacidade minha que aprecio.
Nem sempre é fácil, ser persistente. Apenas nos apetece fugir, sair a correr deste lugar repleto de pessoas, conversas chatas e pouco produtivas, um desejo de dizer: -cala a boca, pelo amor de Deus.
Um amigo me disse uma vez que certas coisas não merecem ser ditas.
Temos que controlar nosso desejo de fugir de uma situação, encarar os problemas é uma capacidade que poucos têm.
A insegurança do ser humano em relação a situações diversas é algo perturbador.
Os sintomas :
- repetir para si mesmo inúmeras vezes o que irás dizer quando fores atendido. Para não se enganar.
- perguntar a algumas pessoas que não tem nada a ver com a sua vida o que tens que fazer a seguir.
-não conseguir ficar parada no seu lugar. Ler alguns pequenos textos nos quadros, que não tem qualquer utilidade.
-Apenas queres preencher sua mente, ocupar seu tempo.
Fiquei irritada com todos esses sintomas e estava também a ouvir um senhor a bater constantemente na madeira do bando. Ouvia uma criança a repetir seguidamente os números da senha que estavam no visor mesmo a minha frente .
O barulho tornou-se incomodo não só para mim, estavam todos a pedir silêncio até mesmo os trabalhadores. -Não temos culpa não somos nós a fazer o barulho.- Queria ter dito
Tudo a nossa volta faz-nos lembrar a frase um inferno na terra. Os números da senha passam lentamente e não tens o controle de tudo aquilo, tens que esperar pacientemente.
Queres fugir ou mandar todos fazer um minuto de silêncio.
Até que chegou a minha vez de ser atendida, senti pena daqueles que tinham que esperar mais tempo.
Na nossa vida temos convicção que somos bons e espertos e isso não é verdade, somos todos iguais uns mais burros que outros, mas todos iguais.
Nascemos, vivemos e morremos, isso faz de nós semelhantes.
Eu sei que o que estou a escrever para alguns não faz sentido. Mas eu desde pequena acreditava que tinha controle das minhas coisas. Guardava as minhas coisas e apenas eu poderia mexer naquilo, tinha a minha própria maneira de pensar e de ver o mundo.
Era aquilo que os adultos chamavam "criança estranha"; " criança especial"
O que queriam dizer era " criança com problemas mentais e distúrbios de controle".
Eu não suportava a ideia de ter que partilhar o voto com outras pessoas. Achava-me no direito de saber o que era melhor para o país, queria que as crianças estudassem muito tal como eu, era uma nerd queria que também fossem.
Mas da maneira mas terrível aprendi que não é dessa maneira. Não podemos controlar nossa vida, as coisas fogem ao nosso controle quando saímos de casa. Estamos sujeitos a ter que obedecer um sinal de transito isso já é uma forma de controle.
Nem sempre o controlar é algo mal. Para as coisas funcionarem da maneira certa temos que nos submeter a coisas que não queremos. Pequenas coisas que fazem a diferença. Nós somos lutadores, vivemos crescemos numa sociedade pobre em cultura, hipócrita e na maioria das vezes politicamente errada. Nada vai mudar isso. Lutamos para continuar nesse mundo e queremos melhorar a cada dia que passa a nossa vida, e as coisas a nossa volta, mas não é o suficiente.
Eu aprecio as pessoas que lutam pelos seus ideais, não se contentam de ser mais um idiota no mundo. Pessoas que querem fazer a diferença, não aceitam palavras como: - Não vais conseguir. Nem tentes que não vale a pena.
O verdadeiro vencedor não são aqueles que ganham todas as batalhas, mas sim aqueles que quando não conseguem vencer milhares delas continuam a sua luta.
As coisas a nossa volta nunca serão exactamente como queremos, mas temos que lutar.
Ass: "EsTreLa"
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